e todo caminho deu no mar

e todo caminho deu no mar
"lâmpada para os meus pés é a tua palavra"

quinta-feira, 29 de julho de 2010

eu venho lá do Sertão







 
 
 
 
 
 
 
 
Basta um brilho fugaz na noite e um homem se quebra como se fosse de vidro
 
Ricardo Piglia, Alvo Noturno
 
 

Floração da prosa no Sertão

Leio a Caderneta de Campo de Euclides da Cunha, editada pela Biblioteca Nacional. Este caderno é o nascedouro de Os sertões - livro publicado em 1902 e que as faculdades de Letras estão começando a ler. Segundo mestre Antonio Candido, o livro assinala "o fim do imperialismo literário".
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Autor que arengava com o Império, órfão de pai e homem aflito, Euclides e sua linguagem são extremamente contemporâneos. Em sua breve existência de 43 anos, o engenheiro fluminense de formação positivista habitou matas e margens. Cultivou desertos. Vivificou a diferença humana expressa na paisagem, no corpo, na fala do sertanejo.
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Leio também um dos Cadernos de Literatura do IMS dedicado a Euclides, com fotos de Canudos e ensaio de Walnice Nogueira, de quem leio No Calor da Hora. Todas essas leituras convergem para o curso Floração da prosa no Sertão que estou ministrando na Casa da Leitura, em Laranjeiras, até 14 de Setembro. O curso ratifica a tese de Willi Bolle que lê Grande Sertão: veredas como uma releitura de Os sertões, o livro vingador.
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Na próxima terça a aula terá Os Sertões como tema, com fotos especiais de Serra Talhada no sertão pernambucano. Paragens de Lampião. Estou aprendendo muito neste curso. Os inscritos criaram um clima dialógico, afetivo, tornanado as formas de participação bastantes produtivas. Ainda restam algumas vagas para quem desejar certificado. Todos convidados.

sábado, 24 de julho de 2010

hj no JB

Com o título "O sentimento do tempo", o Caderno Idéias do Jornal do Brasil publica hoje minha resenha sobre o livro de ensaios O Guardador de Segredos, de Davi Arrigucci Jr.

http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/07/23/e230719542.asp

domingo, 18 de julho de 2010

lá fora Deus nas acácias e laranjeiras

Luz. Muita luz. Lembro de pontos luminosos sobre águas infindas. Tipo já escuto os teus passos. Ou: no mar estava escrita uma cidade - lembra Ailton mais de uma década depois. Iniciado em pequenos tremores, abalos, retorvisores e curvas, desconfio das circunstâncias e albergo ânimo em prol. Lembro Clairce no Leme e Pedro no Paço: lá fora Deus nas acácias e digo ao povo que fico.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A floração da prosa no Sertão


Inicia no dia 27 de julho o curso que vou ministrar na Casa da Leitura - PROLER, Laranjeiras, Rio. O curso possui a prosa moderna produzida no século XX como objeto de leitura.
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Dentre os autores lidos destacam-se Euclides da Cunha, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa e Clarice Lispector. As aulas iniciam às 15 hs. Os participantes receberão certificados. O curso é gratuito.

sábado, 10 de julho de 2010

3 goles de Rûmî

Como ordenhar uma nuvem,
se ela não for generosa?

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E a cada sonho, a alma
abeira-se da Forma.

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Já não tenho mais sede,
o rio me procura.


Trad. Marco Lucchesi