noite
caos
nada
Não apenas no Oriente, mas aqui pelas terras
americanas de Pero Vaz sem Caminhos ficou mais difícil de respirar neste último
bimestre. No universo da cultura, os últimos dias foram marcados pela presença excessiva
da deusa Perséfone, e o seu imaginário repleto de cortes e pedras que respiram
sem prazos. O rigor da morte. Perséfone e suas máscaras aniquilam. Sua lição ensina nada sermos.
As máscaras da cultura exigem rigor perante este nada.
Caos com rigor? Fernando Pessoa diz que somos contos contando contos. Hoje, nem
isso, epitáfio. Epitáfio em pedra. Mine poema elegíaco. Uma nênia daquelas que
tratam de assuntos tristes, quase sempre a morte, como na Primeira lição no
manual dos gêneros literários. A poesia salva porque recolhe os fragmentos, disse o poeta.
Ariano Suassuna, escritor
Eduardo Campos, político
Ivan Junqueira, poeta
João Ubaldo, escritor
Lauren Bacall, atriz
Nicolau Sevcenko, professor e ensaísta
Robin Williams, ator
Vange Leonel, cantor
e
73 policiais mortos no Rio em 2014
esta tão
dura morte é ainda o
resto da minha alegria
Walter Hugo Mãe, “Poemas”