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Seguindo a trilha das listas do final do ano e a sugestão de Di-Ana, selecionei os livros que gostei de ler em 2008. Não valem releituras como Quincas Borba (Machado), Serafim Ponte Grande (Oswald), Mensagem (Pessoa) ou Um dia, o trem (Fiorese), dentre outros. A ordem é quase aleatória, um pouco cronológica.
Crônicas da Província do Brasil, Manuel Bandeira.
Organizada por Júlio Castañon Guimarães, esta 2. ed. das crônicas do poeta é tão bela quanto o livro Crônicas Inéditas I também organizado por Castañon. Publicadas por Bandeira, entre 1920 e 1931, estas crônicas abordam o estilo moderno da vida brasileira nos anos 20, o cinema falado, o primeiro arranha-céu do Rio, os personagens pitorescos da cidade e as artes. Principalmente música e poesia.
Sábado, Ian McEwan.
Este romance estetiza a possibilidade de produzirmos arte após 11 de setembro. Como em Amor para sempre, o autor inglês tece conexões entre narrativa e metafísica, poesia e ciência, com traços e especificidades históricas e estéticas desses universos da criação e do saber. “É uma condição da época, essa compulsão para ver como anda o mundo e unir-se à maioria, a uma comunidade de angústia”, diz o texto luxuosamente traduzido pelo escritor Rubens Figueiredo.
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Os cus de Judas, António Lobo Antunes.
Narrativa feita dos estilhaços-imagens e nacos de falas da guerra em Angola, este livro oscila entre a dicção nobre herdada da literatura do século XIX e uma taxa de oralidade contemporânea que seduz o ouvido de quem lê com expressões tipo “percebe”, “sabe como é’, “escute”, “já reparou”... O leitor transita literalmente nos "cenários em ruínas" da guerra, sua deriva, seus desvios e deslocamentos. Letra bélica de busca.
Um comentário:
Obrigada, querido. Di-Ana (gostei)
bj
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