“A
vila é uma rua. Vem do alto dos eucaliptos pedindo licença à planície para lhe
interromper o sono, atravessa uma encruzilhada de estradas por onde corre o aceno de Espanha
ou do mar e, bruscamente, num ímpeto de ousadia, trepa ao planalto ao encontro
de uma igreja que foi couto de mouros e abades e ali se fica, arrogante a
desafiar o pasmo da campina. À volta da igreja, as casinhas brancas, com altas chaminés
que lhe furam o dorso atarracado, fecham-se num reduto que a voracidade calma
do trigo não consegue romper.” Fernando
Namora, O Trigo e o Joio.
2 - Quais os livros marcantes editados pela Assírio & Alvim?
O Medo, Al Berto, O Livro do
Desassossego, Fernando Pessoa, Folhas
de Erva, Walt Whitman, Morte a
Credito, Céline, O Marinheiro que
perdeu as graças do Mar ,Yukio Mishima, O
Céu Que Nos Protege, Paul Bowles, A
Campânula de vidro, Sylvia Plath, etc.
3 - Lidando diariamente com edições de livros e projectos afins, na sua
opinião, para que serve um livro no século XXI?
Numa era cada vez mais electrónica o livro serve como objecto cultural,
como farol a mostrar o caminho para uma leitura de qualidade. Todos nos sabemos que até o ipad mais básico é capaz de armazenar milhares de
livros, logo as livrarias estariam condenadas a extinção, mas a minha
experiência como livreiro diz-me que o livro não desaparece, o que desaparece
são maus livros, livros sem conteúdo, muitas vezes mal escritos e com fraca capacidade
de cativar um publico.
Um comentário:
Já sei... Pedro é o seu heterônimo.
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