para Camila e Valéria, damas do Norte
Uma vontade de dar nome... p. 63
Vogamos rastejando a margem. p. 69
Então, despoje o caule dos espinhos e cheire, cômodo, a flor. p. 83
Pirarucu tem o coração na garganta. p. 96
Criei passado outra vez, botei a cara na estrada e lá fui num passo inclinado, comedor de légua. p. 140
E a beleza de Marajó com a sua passarada me derrubou no chão. p. 160
Nenhum tubarão, nenhum naufrágio, nem pelo menos um incêndio a bordo... p. 194
... chegamos ao Tirol, altura onde moro hospedado pela ventania.
...Não atravanco a paisagem. p. 207
... insistindo na conceitualidade marxista do caju, está claro que as tendências do meu tempo me levam a desimportar-me cada vez mais com a inutilidade individual. p. 215
Andrade, Mario de. O Turista Aprendiz. Estabelecimento do Texto, Introdução e Notas de Telê Porto Ancona lopez. Belo Horizonte: Itatiaia, 2002
2 comentários:
Agora entendo porque depois desse turista aprendiz, Guimarães Rosa sugeriu em "Desenredo" que "o passado se opera". Saber-se comendo léguas,ao invés de simplesmente pondo pé na estrada; hospedar-se pela ventania ao invés de simplesmente buscar um pouso; e, principalmente, desimportar-se com a inutilidade individual - eis a diferença que faz esse companheiro de viagem, Mário - imprime norte e oriente em retinas embaçadas pela velocidade de nossos tempos.
Bela leitura, Valeria.
Gosto muito desse diálogo que vc teceu entre o enredo da viagem do Mario e o "Desenredo" narrativo do Rosa. Uma sacada produtiva que anuncia a viagem que ja começou rumo ao Norte.
Abraço
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