Sabemos que o sonho
está presente na obra de vários auores, mas creio que em nenhum outro ele perpassa quase toda uma escritura, como acontece no caso Borges – um escritor que dizia sonhar todas as
noites. Ele assumia retirar dos sonhos alguns argumentos para os seus contos, e
publicou em 1976 o Livro dos Sonhos. Pela ótica borgeana, os sonhos são textos
atemporais lidos como um gênero antigo. Desde a Bíblia.
No conto “As Ruínas Circulares”,
de Ficções, Borges elege dentre outros três temas: o sonho, o duplo e o eterno retorno. Desses temas, o
sonho é, sem dúvida, o mais freqüente neste conto do gênero fantástico que é
uma usina onírica. Há nele uma profusão de sonhos. Sonhos caóticos, amorosos,
premeditados... Um homem sonha outro homem: “Era um Adão de sonho que as noites
do mago tinham fabricado.”
Segundo Freud, o sonho dá acesso ao inconsciente. Para ele, a matéria prima de que se constroem os sonhos são os desejos inconscientes, embora os estímulos sensoriais também influam na tessitura dos sonhos. No conto de Borges, o homem sonhado desperta por fim: “Com alívio, com humilhação, com terror, compreendeu que ele também era uma aparência, que outro o estava sonhando.”
Segundo Freud, o sonho dá acesso ao inconsciente. Para ele, a matéria prima de que se constroem os sonhos são os desejos inconscientes, embora os estímulos sensoriais também influam na tessitura dos sonhos. No conto de Borges, o homem sonhado desperta por fim: “Com alívio, com humilhação, com terror, compreendeu que ele também era uma aparência, que outro o estava sonhando.”
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