e todo caminho deu no mar

e todo caminho deu no mar
"lâmpada para os meus pés é a tua palavra"

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Nenhuma sombra queima

Fortaleza e varzinha repleta de frutos. Uma solidão tropical cheia de detalhes coloridos e um monte ereto que remove manhas e moinhos. Nenhuma sombra queima no entorno do farol da ilha. Com a agilidade de quem produz e anota fatos, alguns roteiros existenciais parecem prescritos no final da tarde.


Na madrugada, parodia ao vivo o primeiro título de Mário de Andrade (embora leia Oswald Canibal), indagando se a poesia salva porque recolhe a gota de quem sangra em público, em cada poema. Há no poema, na mesa e na alma tanta tinta e tanto sangue derramado do cordeiro que - dono de si e do siri - retira-se de cena com a sabedoria de quem entorna o mate, tira leite, peçonha e todos os pecados do mundo.

6 comentários:

Eduardo Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
foureaux disse...

Puxa! Quanto lirismo em dois parágrafos!
Lindo!
Abraço

Nonato Gurgel disse...

Obrigado José, vindo de um leitor do seu nivel é tônico.

Abraço
Nonato Gurgel

Unknown disse...

Façamos como o Augusto, imploremos ao carneiro que condene seu algoz...

"misericordiosíssimo carneiro esquartejado(...)"


De sangue e de fé
veias abertas
e coração pulsando

Nonato Gurgel disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nonato Gurgel disse...

"misericordiosíssimo carneiro esquartejado(...)" é muito bom, minha querida, pena que as vezes o carneiro derrama, é filho da puta...rs

bj