A manhã sugere uma parada que Barthes não disse porque só leu Gilberto Freyre. Será que o homem do prazer do texto conhecia Drummond? "O amor chega tarde". Demora. Amor derrapa em curvas. Às vezes nem vem. Enquanto isso, o jeito é brincar de lobo, voar na esteira, comer a vovozinha. Ou seja: ser o verão o apogeu do inverno.
Negócio de cortar inteira, Dona Cecília, nem pensar com esses assuntos em dia. Já passou bem passado. Não chame de drama o que argumentei com fatos. Não. Conheço o dorso do tigre, a curva da montanha. Colhi laranja no pé. Mãos para o alto naquele assalto enquanto lá embaixo, no vale, a fonte escorria feliz como no tempo dos meus verdes anos, quem dera.
Sei muito bem o que querem de mim os buritis na tarde, Rosa. Não respondo mais aos questionários escolares nem traço roteiro para acampamento juvenil. Redações? nem pensar. Folheio sarna, manchinha, espremo espinhas, o escambal. Com farinha e jeito de quem não se espanta. Nem com o azul azul, nem com a mão no seio da sereia.
2 comentários:
Minha nossa senhora do coração dos poetas!! Não sei o que te levou a escrever, mas devo dizer que calou fundo em mim!!!
Estava aqui, ouvindo o Manoel de Barros me dizer que as coisas desimportantes servem pra poesia e leio isso? nossa!
Valeu, Alexandra, por esta minha nossa senhora do coração dos leitores que sacam a vida ns veia!
bjs
Nonato Gurgel
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