e todo caminho deu no mar

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"lâmpada para os meus pés é a tua palavra"

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sebastião Oxóssi

Itália, Antiguidade clássica. Um jovem oficial é perseguido por ser cristão. Envolve-se numa trama que mexe com os nervos de dois imperadores romanos: Diocleciano e Maximiano. Acerca disso, ecoam pelos tempos infindos boatos místicos, políticos, eróticos...

Morto com flechas – imagem consa(n)grada no imaginário popular – Sebastião e suas formas suaves despertam sentimentos dúbios. Desconcerta em seu martírio, as imagens que misturam sedução e dor, juventude e morte. Sangue e o tecido no centro do corpo.

As flechas de Sebastião e sua sangria atravessam séculos. Inspiram estátuas, livros, pinturas, filmes e canções em tempos violentos, carentes de delicadeza. Ele é Oxóssi nos cultos de influência afro. E divide, com Nossa Senhora da Conceição, o patronato da Portela. Ou seja: no diálogo entre a espiritualidade e o gozo, só perde para Santa Tereza, aquela que foi petrificada por Bernini em pleno gozo. Numa boa. Como os soldados, os gays e marginalizados em geral de quem, com o tempo, Sebastião tornou-se padroeiro.

Um comentário:

joao batista disse...

Lmebras aquele S. Sebastião que olhamos maravilhados na fachada daquela igreja ali no centro do Rio? Naquele fim de tarde meio chuvoso daquele lançamento sem graça na bela rua do Ouvidor?