
EUCLIDES DA CUNHA - uma POÉTICA do ESPAÇO BRASILEIRO é a exposição cuja cerimônia de abertura acontecerá nesta quinta, 13/08, na FBN, em homenagem aos 100 anos de morte (15/08/1909) do escritor que nasceu em 1866 em Cantagalo-RJ.
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A leitura da poética espacial euclidiana possui assinatura do poeta, tradutor e ensaísta Marco Lucchesi (UFRJ), cuja bibliografia ostenta cerca de 12 títulos, com traduções para o persa, o romeno e o almeão, dentre outros idiomas.
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Barroco Cipó
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Em seu livro póstumo Anseios Crítpticos, o poeta Paulo Leminski lê Os sertões como um texto “barroco positivista/ estilo de cipó”. Essa metáfora do cipó é uma referência a um dos mais renomados intérpretes do Brasil no final do século XIX: Joaquim Nabuco. Nabuco dizia que Euclides escrevia com um cipó.
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A leitura leminskiana possui na sofisticação da linguagem euclidiana um dos seus alvos, e aponta para uma gradação estilística e formal, “um longo percurso textual”, que vai “das anotações às reportagens” até chegar a escrita definitiva de Os sertões. Segundo Paulo Leminski,
Euclides da Cunha...
traumatizou
uma literatura feita por bacharéis
ornamental
“sorriso da sociedade”
brilho dos salões do 2o império
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Zé Antonio Celso Conselheiro: "oratória bárbara e arrepiadora, feita de excertos truncados das Horas Marianas, desconexa..."
O brasileiro, tipo abstrato que se procura... só pode surgir de um entrelaçamento consideravelmente complexo.
Teoricamente ele seria o pardo, para que convergem os cruzamentos do mulato, do curiboca e do cafuz.
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Avaliando-se, porém, as condições históricas que têm atuado, diferentes nos diferentes tratos do território; as disparidades climáticas que nestes ocasionam reações diversas diversamente suportadas pelas raças constituintes; a maior ou menor densidade com que estas cruzaram nos vários pontos do país; e atendendo-se ainda à intrusão - pelas armas na quadra colonial e pelas imigrações em nossos dias - de outros povos, fato que por sua vez não foi e não é uniforme, vê-se bem que a realidade daquela formação é altamente duvidosa, senão absurda.
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"O Homem" in Os sertões (1902), Euclides da Cunha
6 comentários:
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Algumas frases de Euclides da Cunha:
- Eu não sei ser alegre, nasci triste.
- A desordem é o método da natureza.
- O sertanejo é a cima de tudo um forte.
- Nasceu uma espiga de milho no meu cafezal.
- Eu fico me perguntando será que algum dia eu vou dar certo.
- Espera, espera, tive uma idéia e uma idéia não se deixa fugir.
- Essa tua filha, o espírito dessa mulher me suplanta, me esmaga.
- Ao viajar para o Acre ele diz para a esposa e os três filhos: Minhas quatro saudades.
- Temos que nos preparar para século XX há de ser o século da indústria e da ciência.
- Esse país ainda não teve um interprete, eu posso ser o interprete que esse país ainda não teve.
- Quero viver do meu trabalho de engenheiro, dos meus escritos. Eu não tenho vocação para a espada, a arma que eu sei manejar é a pena.
- É impressionante, vivem todos fascinados pelo estrangeiro, o Olavo Bilac disse; se não posso morar em Paris, quero eu ao menos morrer em Paris.
- Estão falando sobre a mudança da capital. A capital tem que ser em Goiás porque fica o nosso desenvolvimento concentrado todo aqui, no litoral. A capital tem que ser no interior do país, no centro, uma luz colocada no centro ilumina por igual em todos os cantos.
Falando com Coelho Neto sobre sua tuberculose:
- Eu sempre posso contar com essa bela energia de caboclo. Talvez tenha que ser assim a vida deste imortal que não tem onde cair morto.
- Eu já nem gosto de abrir "Os Sertões", a cada página eu fiz um erro, É um acento importuno, uma vírgula vagabunda, é uma catástrofe, eu fico apavorado.
- Passei no concurso de Lógica, ao menos agora tenho Instabilidade. Só o que me desagrada é que o Barão do Rio Branco tenha interferido para a minha nomeação. Tudo nesta terra depende de pedidos, uma coisa que eu acho repugnante.
- Devolvi o dinheiro. Fui ao tesouro devolver meus vencimentos pelo trabalho de comissão, já acabei meu trabalho, então devolvo o meu ordenado. Eu quero ser pago as claras, pelo que faço e não clandestinamente pela verba secreta da amizade.
- Eu tenho medo desse progresso que se envergonha da natureza. A natureza é e será sempre o grande motor da vida. Clamarei sempre, revolta-me ver a cidade engolindo a floresta, ver a sarjeta engolindo a flor.
Euclides da Cunha.
Cara Leni C
Muito obrigado pelas citações do
Euclides. Elas tornaram meu blog
muito mais interessante através do seu olhar euclidiano.
Agradeço, portanto, por vc existir
cheia de lucidez.
Abraço
Nonato Gurgel
tudo o que disser sobre as citaçoes de euclides da cunha sera muito pouco.Ele simplesmente foi o maior intelectual de sua epoca.Jeanne Correia.
valeu, Jeanne, bj
amei o post e o blog
parabens, prof
bj
Cintia
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