e todo caminho deu no mar

e todo caminho deu no mar
"lâmpada para os meus pés é a tua palavra"

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

viagem literária

Transcrevo abiaxo o e-mail que recebi de Valéria Lourenço, leitora de Walter Benjamin e graduanda em Letras na UFRRJ.
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Prezado Professor Nonato,

enviei este e-mail para a turma como uma forma de agradecimento pelos maravilhosos seminários que tivemos. Aproveito para acrescentar aqui meus agradecimentos para o grande guia desta magnífica viagem: o senhor.



Viagem literária

Uma viagem com letras, teatro, cinema, música e muita emoção.
Com este roteiro em mãos, parti em busca de novos horizontes.
Iniciei esta viagem literária com Ana C., uma carioca cheia de graça e sem papas na língua.
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De repente, durante os primeiros passos da viagem,
o inesperado aconteceu, amor à primeira vista,
um alemão alucinado - W. B. - que estará ao meu lado durante
muitos anos de minha vida, roubou meu coração.
E as surpresas continuariam; Ana me manda Caio Fernando, um de seus melhores amigos para mostrar que o Zézim poderia ser eu.
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Dancei um belo tango com Sabato, em Nova Iguaçu, pela manhã.
Nas terras de Kublai Khlan fiz uma pequena viagem pelas Cidades de Calvino, e pelo olhar de Marco Polo conheci e me rendi aos encantos de Zora, uma cidade tão visível a ponto de ensinar que viver requer movimento .
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Retornei ao Rio de Janeiro, e no palácio do Catete senti amor e ódio por Getúlio. E como nunca conseguimos visitar todos os lugares interessantes durante uma viagem, não pude conhecer os procedimentos de César Aira. Mas redimi minha culpa ao descobrir com Camus que eu não preciso viajar ou ir tão longe para me sentir um estrangeiro.
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Segui meu caminho e encontrei pessoas interessantes como Ana e Macabéa que tinham em comum o desejo de ser floração. Já findando a longa jornada, (re)encontrei um carioca de alma nordestina que me apresentou à Guerra de Canudos, e tão rica quanto a linguagem de Euclides descubri e me emocionei com o Cárcere de Graciliano.
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Chegando ao meu destino provisório, havia uma Bella senhorinha de tênis me esperando para me apresentar um ícone da literatura hispanoamericana. Jogo as malas no chão, e meu coração por um breve espaço de tempo descansa ao saber que Borges também imaginou que o paraíso era uma grande biblioteca.

Valéria Lourenço

8 comentários:

Valéria Lourenço disse...

Professor Nonato,
obrigada pela generosidade de colocar minhas simples palavras em seu blog.

Abçs.
Valéria Lourenço.

Fernando Vieira Peixoto Filho disse...

Suas palavras não têm nada de “simples”, Valéria. Pelo contrário, são bastante sofisticadas, de uma beleza que não se vê todos os dias entre os novéis escritores brasileiros.

Parabéns aos dois: à aluna – seu talento e sensibilidade; ao professor, cuja competência tem feito a Universidade Federal da Baixada Fluminense (um dia será esse o nome, se Deus quiser) um espaço de leitura, debate e crescimento para os graduandos.

Anônimo disse...

Quem agradece sou eu, Valéria.
Desejo-lhe uma rua de mão unica
cujo final ostente os seus desejos e objetivos.

abç
Nonato Gurgel

Anônimo disse...

Obrigado pela leitura e pelo comentário, prof. Fernando.
A Rural tem sido palco de intenso
aprendizado para mim.

abç
Nonato Gurgel

Unknown disse...

Magnífico. Me levou junto na viagem. Valéria, parabéns por saber olhar e contar o que viu...isso é para poucos. Nonato, vc é meu amigo virtual mais porreta da face da terra...saudades.

Anônimo disse...

Muito obrigado, Vania.
Vc é minha amiga virtual e
imaginária mais real. Por isso
precisamos de um café de natal,
concorda?

bjs
Nonato Gurgel

Vania disse...

Estou enviando email para falarmos sobre isso. Bju querido

Unknown disse...

Mandei email para seu endereço no yahoo...bjus