e todo caminho deu no mar

e todo caminho deu no mar
"lâmpada para os meus pés é a tua palavra"

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

o leitor e os livros I

1- Pedro, qual é o melhor início de livro da literatura portuguesa?

A vila é uma rua. Vem do alto dos eucaliptos pedindo licença à planície para lhe interromper o sono, atravessa uma encruzilhada de estradas por onde corre o aceno de Espanha ou do mar e, bruscamente, num ímpeto de ousadia, trepa ao planalto ao encontro de uma igreja que foi couto de mouros e abades e ali se fica, arrogante a desafiar o pasmo da campina. À volta da igreja, as casinhas brancas, com altas chaminés que lhe furam o dorso atarracado, fecham-se num reduto que a voracidade calma do trigo não consegue romper.” Fernando Namora, O Trigo e o Joio.


2 - Quais os livros marcantes editados pela Assírio & Alvim?

O Medo, Al Berto, O Livro do Desassossego, Fernando Pessoa, Folhas de Erva, Walt Whitman, Morte a Credito, Céline, O Marinheiro que perdeu as graças do Mar ,Yukio Mishima, O Céu Que Nos Protege, Paul Bowles, A Campânula de vidro, Sylvia Plath, etc.

 
3 - Lidando diariamente com edições de livros e projectos afins, na sua opinião, para que serve um livro no século XXI?
 
Numa era cada vez mais electrónica o livro serve como objecto cultural, como farol a mostrar o caminho para uma leitura de qualidade. Todos nos sabemos que até o ipad mais básico é capaz de armazenar milhares de livros, logo as livrarias estariam condenadas a extinção, mas a minha experiência como livreiro diz-me que o livro não desaparece, o que desaparece são maus livros, livros sem conteúdo, muitas vezes mal escritos e com fraca capacidade de cativar um publico.
 
 
 

Um comentário:

Anônimo disse...

Já sei... Pedro é o seu heterônimo.