e todo caminho deu no mar

e todo caminho deu no mar
"lâmpada para os meus pés é a tua palavra"

sábado, 31 de maio de 2014

raíz, antena


 

My dear de novo


Travessia por túneis escuros
comboios demorados
lâmpadas acesas
Mapa do sem fim pelo sertão de si, podemos começar?

Tento (haja tentação), deletar o primeiro verso do “Ulisses”, de Pessoa, em mensagem clara e direta que nega e depois afirma na cara de quem lê: “O mito é o nada que é tudo”. Silêncio na travessia de adros, pontes, restos do cotidiano dos quais são feitos sonhos, mitos, continuamos?  

Os versos, como o corpo, às vezes zunem, eu sei, falta muito
para que a luz azule na escuridão da sala e o pau não quebre.
Em tempos de comissão da verdade, reluz a porção violenta que o tempo escondeu.
Abrem-se, sem censura, as trilhas dos reis nus em detalhes, podemos ler?

Túnel noturno com trilha sonora de tosse cega
sonorizada por uma mancha lambida que vira
raíz, antena?

 
 
 

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