e todo caminho deu no mar

e todo caminho deu no mar
"lâmpada para os meus pés é a tua palavra"

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Lar,

Lar, não é um livro de memórias, mas pode ser um livro da memória. A continuidade, por isso mesmo, não é linear. O autor sentiu esses sobressaltos e não procurou corrigi-los, pois como bem anota Vagner Camilo na sua apresentação, “a au­tobiografia poética não se restrin­ge (...) nem parece obedecer a uma cronologia estrita. E aqui temos que considerar o próprio desajuste do gênero lírico para lidar com a pre­tensa tarefa autobiográfica de re­compor a gênese do indivíduo, mais adequada ao fio contínuo da prosa”. A capa de Sergio Liuzzi, ao grafar o Lar do título com a vírgula sem o seu aposto — uma vírgula em sus­penso, ou em suspense —, dá, logo de entrada, visualmente, uma pala, uma dica do que se vai encontrar de semelhante nos poemas, no fluxo interno e externo deles.

Lar, é composto de três partes: “Primeira série” agrupa as sensações e situações pretéritas do autor; “For­mação” reúne de forma mais explí­cita, até porque nomeadas, os resul­tados, as variações e vivências des­sas mesmas sensações e situações, e “Numeral” continua a enumeração que começou no livro Numeral / Nominal, que abre Máquina de es­crever — poesia reunida e revista, de 2003. ...


Armando Freitas Filho nasceu no Rio de Janeiro em 1940. É autor de Palavra, Dual, À mão livre, 3x4 (Prêmio Jabuti de Poesia, 1986), De cor, Números anô­nimos, Fio terra (Prêmio Alphonsus de Guimaraens da Biblioteca Nacio­nal, 2000), Raro mar, entre outros. Reuniu sua obra poética em Máqui­na de escrever (2003).

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