e todo caminho deu no mar

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"lâmpada para os meus pés é a tua palavra"

domingo, 6 de maio de 2012

narrativa histórica


Para Tetê e Fátima Bezerra



No momento em que o Brasil começa a olhar para o seu passado como procedimento que permite avançar e se ver, o texto “Os nossos holocaustos”, de Cristóvão Buarque, publicado nO Globo em 19 de abril, auxilia na releitura da nossa narrativa histórica. Como sugere o título do texto, Cristóvão nos convoca a rememorar alguns dos nossos holocaustos – principalmente a morte de 4 a 5 milhões de índios, e a escravidão de 4 milhões de negros arrancados da África como mercadoria durante mais ou menos 300 anos. Negros e índios não tinham alma, pensava o colonizador.



Em 2005, Lula viajou ao Senegal – ponto de saída dos navios negreiros para as Américas – e pediu perdão aos africanos por causa da escravidão. Um gesto histórico. Na Casa dos Escravos, Lula falou do grave erro histórico que foi o regime da escravidão, e instituiu as cotas raciais nas universidades brasileiras como procedimento que tenta algum reparo. Depois de muita celeuma, o STF aprovou em 2012 a legalização das cotas – por unanimidade – derrotando a postura conservadora do DEM.



Na semana passada, cinco universidades fluminenses – UFF, UERJ, UFRJ, UNIRIO e UFRRJ – outorgaram o título de doutor honoris causa a Lula. Nada mais justo. Com diploma de torneiro mecânico, ele criou 12 universidades (superando a marca das 10 criadas na era JK). Alfabetizou corações e mentes. Como disse o primeiro presidente americano negro, ele é o cara. Encarou os nossos holocaustos e, para receber o referido título, subiu as escadas do teatro João Caetano sem bengalas.

5 comentários:

Anônimo disse...

narrativa punk

bj

LH

Anônimo disse...

cara o Jabor ironizou esta semana
este titulo que o lula ganhou, disse que ele nunca leu um livro...rs

ANNA disse...

Alô Nonato!Cotas é um assunto delicado e confuso,ao mesmo tempo que algo precisa ser feito para dar a comunidade negra as mínimas condições de alcançar o ensino superior,fico me perguntando até quando vamos nos contentar com paliativos?
Uma educação que de conta de atingir todas as camadas da sociedade,reconhecendo suas especificidades e respeitando sua cultura,não pode se deitar no berço esplêndido do remendo.
Cada vez que vejo mudanças na embalagem sem mexer no conteúdo,sinto vontade de chorar.
Não há cota que de jeito nas condições em que sobrevivem professores,alunos e escolas Brasil a fora.
Se a cota é importante?Sem sombra de dúvida.
Se basta? Nem de longe
Quanto ao Lula,qualquer pessoa que com a biografia dele,chegou aonde chegou,merece ser reverenciado.Sua trajetória e carisma são incontestáveis e o que significa para a história recente do país,também.
Abraços,Anna Kaum.

Nonato Gurgel disse...

punk, LH, é a história do Brasil

Anônimo disse...

Jabor fala como se o fato de uma pessoa ler um livro a tornasse
melhor do que quem não ler? Será que ainda tem quem acredite nisso?