e hoje os sertões chamegam de
chamegos
nos cometas lustrosos
dos alcoólatras vadios,
mu!
para
encontrar, sempre
que possível, rabiscos,
literaturas,
ânsias
metafóricas e desconsoladas.
Adeus?
Foto: Aderaldo Luciano
Este poema não se encontra em nenhum dos nove livros
da escritora carioca Ana Cristina Cesar que faria 60 anos hoje. Ele foi escrito pela autora na página de um dicionário de inglês, cuja cópia me foi cedida pela professora Maria Luisa Cesar,
mãe da poeta, em 1996.
O poema começa com alusões ao tempo e ao espaço – “e
hoje os sertões”. Há nele uma voz que elege o presente e a margem como espaço
da escritura poética, da condição existencial. Uma voz que narra de olho nos “cometas”
e que, feito a lema, deixa um rastro prateado quando passam.
Trilhando as veredas modernas que Euclides da Cunha e Guimarães Rosa abriram em nossas Letras,
Ana Cristina dilata os limites da representação e do regionalismo. Com essa dilatação, ela estetiza uma terceira margem literária na qual a
nostalgia e a indelicadeza jamais são imitadas.
Nesta margem narrada pela autora, vinga um texto no
qual aflora uma subjetividade aflita, deslocada. Subjetividade essa que caracteriza o “hoje” de quem
rabisca, na tentativa de armar a tecnologia do fazer literário, de responder
a pergunta do roteiro.
4 comentários:
Desejo,mais e mais,a cada dia,voltar para o Rio por milhares de razões,mas,uma delas certamente seria,sem nenhum pudor,pedir a você que me ensinasse o que mais gosto de fazer:Escrever,escrever e escrever.
Bjs,Anna Kaum
Anna, exímia leitora, vc sabe que às vezes o ato da escrita ajuda a responder as perguntas do roteiro.
bj
Como tua amiga Anna, eu também sonho com a minha volta para o Rio. No Rio tem tanto e tem você. Beijos
Telma querida
é sempre bom encontrar vc aqui
quando vier ao Rio venha tomar café aqui no ap
bj
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