Confesso que fui ver, com o pé atrás, o filme do João
Jardim. Tony Ramos como Getúlio Vargas?
Este personagem me seduz em qualquer formato: seja o livro do Cony, o filme da Ana Carolina, a peça do Gullar, o Agosto do Rubens Fosenca, a minisérie da TV Globo ou exposição dos 50 anos no Palácio do Catete, saio sempre muito mexido. A cada releitura, Getúlio confirma-se a metáfora do Brasil no século XX. Síntese moderna e contraditória do que somos desde ele, com algumas mudanças, claro, mas tudo muito lento. Como convém a um povo conhecido pelo seu “jeitinho”. Um país jovem e belo, com dificuldades de lidar com o passado.
Este personagem me seduz em qualquer formato: seja o livro do Cony, o filme da Ana Carolina, a peça do Gullar, o Agosto do Rubens Fosenca, a minisérie da TV Globo ou exposição dos 50 anos no Palácio do Catete, saio sempre muito mexido. A cada releitura, Getúlio confirma-se a metáfora do Brasil no século XX. Síntese moderna e contraditória do que somos desde ele, com algumas mudanças, claro, mas tudo muito lento. Como convém a um povo conhecido pelo seu “jeitinho”. Um país jovem e belo, com dificuldades de lidar com o passado.
Escrita no final do filme, a frase de Tancredo Neves –
que relaciona os militares do contexto da era Vargas com a ditadura militar dos
anos 60 –, é um achado. Conecta. Sinaliza
também a porção trágica de Minas Gerais, na história do Brasil, desde Tiradentes, passando por JK, dentre outros. “Bruxo... que revive em mim tantos enigmas” - Getúlio lido por Carlos Drummond. Além do poeta mineiro, sabemos que foram, no mínimo, enigmáticas as relações do presidente gaúcho com outros autores e personagens históricos como Olga Benário, Graciliano Ramos e Stefan Zweig.
Tony como Getúlio? Sim. A imagem não sai da
minha cabeça. Principalmente pela composição minunciosa e ritmada. Após 50 anos de carreira, um ator renasce novinho em folha. Direção e
elenco de parabéns. Mesmo um certo didatismo do filme é bem vindo, neste momento em
que a Comissão da Verdade mostra um pouquinho do nosso passado violento que temos
dificuldade em reler. No link abaixo, com imagens e textos do
século passado, o meu Getúlio:
http://arquivodeformas.blogspot.com.br/2009/07/eu-getulio-fragmentos-do-modernismo.html
Um comentário:
Realmente, o filme é bom.
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