Livro raro, Fragmentos de um discurso amoroso de Roland Barthes contém lacunas imperdoáveis. Tudo bem, ele encena “Dias eleitos” (são raras exceções, faltou anotar). Saca, no verbete “O ausente”, as trapaças do jovem Werther entre o mito e a utopia, fudido pelo amor de Charlotte.
Os verbetes barthesianos trocam figurinhas com Freud, Nietzsche, Goethe e outros garotos. Compõem o discurso moderno do sujeito da paixão. Mas falta muito. Num dicionário onde rola vôo, falo, medo, dorso, pele e outras paradas punks, não poderia faltar o verbete "Brincar de Médico".
Recorro ao Dicionário de Borges. De cara, os seus verbetes atestam a supremacia da amizade sobre o amor. Borges brinca e ainda tem a generosidade de ler o diálogo e o dicionário como gêneros literários. Outra coisa.
2 comentários:
Beleza pura! rsrs
Beleza pura é vc existir neste anonimato instigante.
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