Na travessia do Grande Sertão, a língua fica de pé (principalmente o significante, vamos combinar). A linguagem e a forma romanesca traçam roteiros trágicos. Uma poética da memória é narrada nos cenários épicos de um sertão lingüístico que está em toda parte.
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Neste romance de formação do Brasil, falam homens, falam bichos e paisagens vio-lentas da paixão. Rosa nutre os personagens de altas doses de oralidade afetiva - aquela que fabrica ritmos. São tipos psicológicos adestrando pequenas mortes diárias. Mapas e dados etnográficos de um país a ser feito. Conflitos sociais nos tiros que o senhou ouviu...
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Eros e Thanatos de mãos dadas em meio a águas infindas, tronco maduro. Um riachinho pede para eu parar: obedeço. Agora o riachinho vira anta empoçada: dita, corta.
2 comentários:
O Rosa põe a língua de pé pra encarar a gente. E o desajeito dos significantes encontra significado dentro. “para muita coisa importante falta palavra”, então ele coloca várias, e vai movimentando a linguagem interna da gente, de um jeito que a gente não conseguiria explicar. “O que é pra ser são as palavras!”
Tenho medo da pequena morte psicológica da minha paixão vio-lenta .
Fernanda Diadorim
Gostei mto da leitura que vc fez da carta. Por que não começa a pensar numa especialização ou mestrado sobre o livro?
Que tal esta questão do medo (e das culpas) como ponto de partida?
Poderia ir marcando as passagens nas quais estes temas aparecem. Desejo boa leitura.
bj
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