e todo caminho deu no mar

e todo caminho deu no mar
"lâmpada para os meus pés é a tua palavra"

sábado, 7 de fevereiro de 2009

III

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Bom que vc sacou a lição dos afetos no sertão que é o mundo. Nessa lição, o medo de amar é o medo de ser livre. Medo de ser (diferente de estar?) em meio a grãos, grutas, gravetos q falam, cobra(m).
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As memórias de Riobaldo ficam – igual amor de pika – pq lecionam pelo avesso a coisa q dói corta petri-fica. Rola. Rosa sabe q não adiantam pactos - o sangue escorrendo sem auxílio da razão não rega a dimensão humana. Naquela lição, pacto mata.
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A paixão segundo Diadorim não derrama. Seu coração não é um balde despejado: volta-se para si. Nesta volta, ele – coração neblina – saca quando bate solto de medo ou alegria. Saca quando água inunda a plantação ou rega afeto.

3 comentários:

Anônimo disse...

A Lei Nova

Durante minha travessia mística pelo Grande Sertão caminhei em várias velocidades. Sob seu conselho refreei meus passos. Sob conselho de Riobaldo passei a atentar mais para o meio da travessia e não só para os pontos de saída e de chegada . Considerando também que “essa vida é mesmo muito perigosa” e que o que nos resguarda é que “tudo o que há é aviso”, dividi o livro ao meio e deixei marcada a página. Eu sabia que algo catártico nos esperava ali. Era a morte de Joca Ramiro.

Riobaldo já havia sentido um aviso de “romper ferro” sobre a índole do Hermógenes. Os gritos anunciando a desgraça invadiram a paz de Guararavacã. Lá onde se comia requeijão com café quentinho, brincavam com crianças, entrou um boi da cara preta, “sozinho surdo, nos meios da Guararavacã, urrando na tempestade. Assim Joca Ramiro tinha morrido”. O filho do ermo assassinou a figura mais solar deste Grande Sertão. Num crime ajustado, mas com certeza, já, para alguém, avisado. Mais cedo mais tarde o motivo do medo seria encenado. “Milagres tristes desses também se dão”. De fato, horas de engolir palavras. “Ao que não havia mais chão, nem razão, o mundo nas juntas se desgovernava.”

Com a vingança como motriz, organizaram-se mais uma vez em luta por Joca Ramiro, sua bondade, e história de honra. Sertão pega em armas quando o demo leva o estandarte. Esse “o-que-não-existe! Que não existe, que não, que não, é o que minha alma soletra”. Soletra por medo, para fugir do significado! Defendamo-nos todos com Nossa Senhora da Abadia, também conhecida como Santa Maria de Bouro, histótia que vale apena conhecer. “Mas a lei do homem não é seus instrumentos. Saímos em guerra.” Também pudera, pessoa boa como Joca Ramiro fazendo o que no Sertão ...meio de gente tão ruim?

O decreto da Lei Nova se principiava no dentro, de quem se acreditava terminado. Diadorim, na estrema fraqueza de um desmaio recusa a ajuda de Riobaldo para presevar seu segredo, agora mais do que nunca! Tinha que expurgar a dor, constante e grossa, da perda, oco de alma. Diadorim cego, “sem governar os passos, tapado pelas môitas e árvores”. Dodeira. Amargou, a mim, o cabo da língua!

Eu também me rompia, “a vida é vez de injustiças “. Quando li no livro a morte de Joca Ramiro, pensei: Meu Deus, o que será que vai acontecer? - O destino se trançando, o senhor fia? Começa a separação entre Riobaldo e Diadorim, “para ódio e amor que dói, amanhã não é consolo”. Saudade eterna, entre a serpente e a estrela. Me contorcia toda , nessa dor de morte. Anthroporrástes.

Como calar esse mover de águas? “O senhor dormi em sobre um rio?” . “Voltei aos frios da razão.” “Semeei minha presença dele, o que da vida é bom eu dele entendia."

Fernanda Rocha

Unknown disse...

Professor desculpe o "dormi" em vez de "dorme".
E por favor, me mande observações construtivas sobre a transcrição.
bjks

Anônimo disse...

Fernanda querida, gostei mto da transcrição. Vou escrever novo post
na tentativa de enviar "observações construtivas".

bj

N Gurgel