Ouro Preto nos olha. Mas a cidade não se entrega ao primeiro olhar de quem a vê. Seus mais de trezentos anos emprestam-lhe a segurança de quem sabe ser o tempo pai da forma. Suas torres, fachadas, treliças, janelas e vãos (fechados ou luzidios) espreitam-nos, possibilitando um diálogo óptico através do qual mais somos vistos do que vemos. Em Ouro, a luz é sem data, diz Cecília Meireles. Uma luminosidade suave (nunca indecisa) namora a pele secular das paredes – lição que nos ensina serem a leveza e a superfície os princípios vitais da existência, da criação.
"Ouro Preto chama Paris"
(Milton Nascimento e Wilson Lopes, "Coisas de Minas")
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