e todo caminho deu no mar

e todo caminho deu no mar
"lâmpada para os meus pés é a tua palavra"

sábado, 27 de março de 2010

Renato 50

Jornalista e ex-professor de inglês, o cantor e compositor Renato Russo nasceu no Rio de Janeiro em 27 de março de 1960. Criou o seu sobrenome artístico para homenagear uma trindade de sua admiração: Jean Jacques Rosseau (pensador), Henri Rousseau (pintor) e Bertrand Russel (filósofo).


Leitor de Drummond, Pessoa, W H Auden, Shakespeare, Adélia Prado e admirador de textos como o Tao Te King, Zen e a arte de manutenção de motocicletas e O discurso da servidão voluntária, o autor de “Acrilic on Canvas” escreveu versos como os seguintes que o inscrevem definitivamente na poética de sua geração:



...
A armação fiz com madeira
Da janela do seu quarto.
Do portão da sua casa
Fiz paleta e cavalete
E com lágrimas que não brincaram com você
Destilei óleo de linhaça
E da sua cama arranquei pedaços
Que talhei em estiletes
De tamanhos diferentes
E te fiz então,
Pincéis com seus cabelos.
Fiz carvão do batom que roubei de você
E com ele marquei dois pontos de fuga
E rabisquei no horizonte.


O horizonte poético de Renato Russo é visivelmente “rabiscado” por uma musicalidade que elege o tempo como elemento determinante de sua criação. "Porque o tempo é mercúrio - cromo/ E tempo é tudo que somos" (“La nuova gioventu”).







Renato fala sobre As Quatro Estações para Sônia Maia, Revista Bizz, Junho de 1989:


Gostaria que fosse sobre ciclos, a perda da inocência, você atingir um certo estado em que perdeu alguma coisa e, ou vai para o lado deles, ou retrabalha e reconquista isso. ....Mas seria basicamente isso: primavera, verão, chega o outono e caem todas as folhas. E no inverno fica a árvore toda daquele jeito. É como se a gente estivesse chegando no inverno. Mas aí vem vindo a primavera de novo. Quer dizer, você pode escolher ter uma nova primavera. A maior parte das pessoas que eu conheço fica no inverno, e eu acho ser esse o maior problema delas. ...o mais importante é a gente redescobrir as coisas...


mais Renato aqui ou quando Non nato foi Re nato

http://arquivodeformas.blogspot.com/2009/11/renato-e-cazuza.html

2 comentários:

Fernando Vieira Peixoto Filho disse...

Para mim, R. Russo é o mais importante nome da música e da poesia brasileira nas duas décadas finais do século XX.

Grande abraço!

Nonato Gurgel disse...

Caro Fernando, é bom saber que vc tb gosta do Renato e o lê como anjo.

Abraço