e todo caminho deu no mar

e todo caminho deu no mar
"lâmpada para os meus pés é a tua palavra"

segunda-feira, 13 de julho de 2009

a costela, e nenhum tapa














Como quem adia os prazos foi, aos poucos, retirando minhas bengalas antigas. Dilatou espaços. Quando vi, tinha alcançado o vão principal. Corri ao jardim temendo as ervas daninhas. Surpreso, ouvi na manhã clara um cheiro bom.

Com a ciência de quem transforma nesga de rio em braço de mar, elegeu-me administrador periférico do corpo, e dos subúrbios de sua alminha escura decepada por antigos matutos. Jardinheiro que desconhece a próxima safra, contento-me agora, do alto desta colina, em colher os pés, os sovacos, grãos de alguma crença. Não deixo que as pragas penetrem a escuridão dos ouvidos.

Onde a covardia deixa de ser lei, uma mão alcança a costela, e nenhum tapa recebe a cara ou o chão em sinal de desistência.
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Soares Ponte

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