e todo caminho deu no mar

e todo caminho deu no mar
"lâmpada para os meus pés é a tua palavra"

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Viver é luxo

O título acima é uma frase de Clarice Lispector. Com ela, um grupo de alunos de Teoria da Literatura encerrou, na UFRRJ, o seminário sobre a novela "A Hora da Estrela" (1977) e o ensaio "O Drama da Linguagem" (1995), de Benedito Nunes. Luxuosa manhã.



Tratando do jogo de identidades criado pela autora que perdoava Deus, o crítico canibal diz que ela oferece "o conduto para a problematização das formas narrativas tradicionais em geral e da posição do próprio narrador, em suas relações com a linguagem e a realidade..." (p. 161).




O cotidiano real de Macabéa começa com uma alta taxa de oralidade animal. Do seu quarto de pensão na rua do Acre, ela ouve, no centro do Rio, "o cantar de galo na aurora sanguinolenta... Era do nunca que vinha o galo. Vinha do infinito até a sua cama, dando-lhe gratidão." (A Hora da Estrela, p. 46/47).

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